Hoje a capital paulistana está com o trânsito mais caótico do que de costume devido a greve dos metroviários. Apenas a linha amarela (única privada) não está parada e alguns trechos das linhas azul e vermelha estão funcionando. O governo liberou a circulação de maior número de ônibus para ajudar a população.
O que me chama atenção, como na maioria dos grandes "eventos" desse tipo, são algumas comparações estranhas, ao meu ver, que aparecem. Uma dessas comparações é com o transporte europeu, mais especificamente França. O metro parisiense é bem distribuído e também faz greves sistemáticas, contudo, Paris é uma cidade plana e andar de bicicleta e patins é mais fácil do que na capital paulistana. Claro que as marchas das bicicletas ajudam a enfrentar as ladeiras da capital paulista mas mesmo assim subidas e descidas são cansativas e intimidadoras, sei que muita gente vai achar esse comentário fútil mas andei perguntando para umas 200 pessoas por aí sobre transporte em São Paulo e quando perguntei sobre a resistência de usar bicicleta essa observação apareceu em 80% dos casos.
Sou super favorável a locomoção pela bicicleta, mas tenho medo. Moro perto de uma avenida movimentada (Ricardo Jafet) e preciso andar um bocado por essa avenida para chegar ao meu trabalho, tenho medo de andar por essa avenida de bicicleta e não encontrei um caminho alternativo razoável para ir ao trabalho montada na minha magrela. Nem mesmo o google maps conseguiu me ajudar nessa tarefa, mas ainda estou buscando um caminho bacana e que eu não transpire muito, porque não tenho onde tomar banho onde trabalho e preciso levar uma mochila de aproximadamente 3Kg nas costas com material didático para meus alunos e meu almoço ou jantar.
Talvez se São Paulo adotasse a possibilidade de aluguel de carros compactos para a população, como acontece em Paris, a greve do metro não atrapalhasse tanto. Provavelmente se as pessoas fossem mais educadas e mais humanas a bicicleta seria um meio de transporte utilizado por ainda uma maior parte da população e haveria mais carona, maior possibilidade de trabalho em casa nas ocupações em esse tipo de trabalho seja possível. Certamente se a distribuição das linhas de ônibus fosse feita de forma mais inteligente a greve não seria tão penosa para a população.
Outra coisa que me chamou atenção foi a desinformação por parte da população sobre a greve. Muita gente chegou no metro e não sabia da paralisação. Os brasileiros não estão conectados ao facebook de forma maciça? E onde está a possibilidade de carona? Os defensores de uso de bicicleta? Aliás, acho que cada dia a magrela deve ser repensada nessa cidade tão cheia de carros e motocicletas.
E se essas questões não fossem suficientes temos o governo estimulando a compra de automóveis pela população.
Não é a greve, não é o pouco uso de bicicleta ou muitos carros os grandes vilões, é a má vontade política crônica no Brasil, não só daqueles que estão no poder mas também nas pequenas atitudes de cada um. E continuo extremamente resistente a compra de um carro!
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