sexta-feira, 19 de abril de 2013


João Guimarães Rosa



João Guimarães Rosa foi um dos maiores escritores brasileiros. Primogênito dos seis filhos do casal Florduardo Pinto Rosa (“Seu Fulô”) e de Maria Francisca Guimarães Rosa ("Chiquitita").  Nasceu em 27 de Junho de 1908 na cidade de Cordisburgo, Minas Gerais. Desde a infância, mostra iteresse em línguas estrangeiras e antes de completar 7 anos inicia, por conta própria, o estudo de francês. Em março de 1917 começa a estudar holandês junto ao Frei Canísio Zoetmulder, que também o auxlia nos estudos do frânces.
Mudou-se para Belo Horizonte onde viveu com os avós. Lá concluiu o curso primário, mas iniciou o curso secundário no Colégio Santo Antônio, em São João Del Rei, onde permaneceu por pouco tempo e retorna à Belo Horizonte.  Na capital mineira, matricula-se no Colégio Arnaldo, de padres alemães e, imediatamente, inicia o estudo do alemão. Guimarães Rosa era um poliglota, como afirma em entrevista a uma prima.

“Falo: português, alemão, francês, inglês, espanhol, italiano, esperanto, um pouco de russo; leio: sueco, holandês, latim e grego (mas com o dicionário agarrado); entendo alguns dialetos alemães; estudei a gramática: do húngaro, do árabe, do sânscrito, do lituânio, do polonês, do tupi, do hebraico, do japonês, do tcheco, do finlandês, do dinamarquês; bisbilhotei um pouco a respeito de outras. Mas tudo mal. E acho que estudar o espírito e o mecanismo de outras línguas ajuda muito à compreensão mais profunda do idioma nacional. Principalmente, porém, estudando-se por divertimento, gosto e distração.”

Matriculou-se, aos 16 anos, na Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais. Em 1930 casou-se com sua primeira esposa, Lígia Cabral Pena, com quem teve duas filhas, Vilma e Agnes. Ainda em 1930 formou-se médico e foi trabalhar em  Itaguara, permancendo por cerca de dois anos. Foi nessa região que Guimarães teve contato com o sertão, inspiração para futuras obras.
Em 1932 foi voluntário durante a Revolução Constitucionalista quando teve contato com o futuro presidente Juscelino Kubitschek. Posteriormente, efetiva-se, por concurso e em 1933, vai para Barbacena na como Oficial Médico do 9º Batalhão de Infantaria.  Contudo, Guimarães percebe que não possui vocação para medicina e relata isso ao Dr. Pedro Moreira Barbosa, em carta datada de 20 de março de 1934:

“Não nasci para isso, penso. Não é esta, digo como dizia Don Juan, sempre 'après avoir couché avec...’ Primeiramente, repugna-me qualquer trabalho material só posso agir satisfeito no terreno das teorias, dos textos, do raciocínio puro, dos subjetivismos. Sou um jogador de xadrez nunca pude, por exemplo, com o bilhar ou com o futebol.”

Em 1936 recebe o prêmio de poesia da Academia Brasileira de Letras por Magma, coletânea de poemas Magma. Um ano depois, sob o pseudônimo de "Viator", concorre ao prêmio HUMBERTO DE CAMPOS, com o volume intitulado Contos, que em 1946 transformou-se em Sagarana. Neste livro, o autor já mostra a linguagem rica e pitoresca do povo, registrando os regionalismos, muitos deles nunca antes escritos na literatura brasileira. 

Links interessantes: http://www.fgr.org.br/2008/